Lições do continente asiático para envelhecer melhor

Como o Japão promove o bem-estar na terceira idade

Por: Fábio Corrêa

28 de março, 2024

Homem e mulher orientais abraçados vestindo jaquetas de pé em um pomar. Ilustram artigo sobre aspectos culturais, comunitários e dietéticos que fazem de Okinawa, no Japão, um exemplo de longevidade e de qualidade de vida. E como a adoção de políticas públicas para os idosos pode favorecer o bem-estar e um envelhecimento saudável da população.
Créditos: Tristan Le | Pexels

O programa de saúde comunitária em Okinawa, Japão, e o uso da tecnologia na assistência aos idosos são representativos de casos e iniciativas globais que ilustram abordagens bem-sucedidas para promover a saúde e o bem-estar na terceira idade. 

Okinawa é frequentemente citada em estudos sobre longevidade devido à alta concentração de centenários e à qualidade de vida de seus idosos. Os aspectos culturais, dietéticos e comunitários de Okinawa são estudados por pesquisadores interessados em entender os fatores que contribuem para a longevidade.

Okinawa apresenta uma forte ênfase na importância da comunidade e do suporte social. Os idosos são altamente valorizados e permanecem integrados à vida comunitária, contribuindo para seu bem-estar psicológico e social. A prática do “moai”, um sistema de apoio social em que grupos de amigos oferecem suporte emocional e financeiro uns aos outros ao longo da vida, é um exemplo dessa integração comunitária.

No Brasil, a valorização dos idosos e sua integração na sociedade podem ser fortalecidas por meio de programas comunitários que incentivem a participação ativa dos idosos em atividades sociais, culturais e educativas. Iniciativas como centros de convivência para idosos e programas que promovem o voluntariado sênior podem contribuir para esse objetivo, fortalecendo os laços comunitários e oferecendo suporte emocional.

A alimentação em Okinawa é rica em vegetais, grãos integrais, frutas, peixes e soja, com um consumo limitado de carne vermelha. Essa dieta, baixa em calorias e rica em nutrientes, é frequentemente citada como fator contribuinte para a longevidade da população local.

No contexto brasileiro, a promoção de dietas saudáveis que enfatizam o consumo de alimentos naturais e minimamente processados, semelhantes aos hábitos alimentares de Okinawa, pode ser benéfica. Programas de educação nutricional que incentivem o consumo de alimentos locais e sazonais, juntamente com a redução do consumo de alimentos ultraprocessados, podem ser implementados em comunidades por todo o país. Iniciativas como hortas comunitárias também podem promover o acesso a alimentos frescos e saudáveis, além de fortalecer a coesão comunitária.

Embora o contexto cultural e social do Brasil seja distinto do de Okinawa, já existem iniciativas que buscam promover a saúde e o bem-estar dos idosos, como programas de saúde da família que enfocam a prevenção de doenças e a promoção de estilos de vida saudáveis. A integração de práticas inspiradas em Okinawa, adaptadas à realidade brasileira, poderia enriquecer essas iniciativas, promovendo uma abordagem holística para a saúde e longevidade.

A adoção de práticas de Okinawa no Brasil requer uma abordagem adaptada que considere as diferenças culturais, sociais e econômicas. No entanto, o princípio fundamental de promover uma vida comunitária ativa, uma dieta saudável e a integração social dos idosos é universal e pode inspirar políticas e programas para melhorar a qualidade de vida e a longevidade em qualquer contexto.

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