Criptoativos nas estratégias de fundos de pensão?

O caminho para investimentos inovadores parece estar se consolidando ao redor do mundo

Por: Maurício Coutinho

27 de março, 2024

Mulher de cabelos curtos e blusa azul sentada de perfil em escritório analisa gráficos e observa indicadores no computador. Há  duas outras mulheres ao fundo observando um documento. Ilustra o uso da tecnologia, a tendência e disposição dos fundos de pensão em  adotar criptoativos em sua carteira de investimentos e o potencial dos ativos digitais no mercado financeiro.
Créditos: Pexels

No movimentado cenário financeiro global, os fundos de pensão gradualmente exploram novas oportunidades no universo dos criptoativos. 

Recentemente, a M&G Investments, braço de gestão de ativos da renomada M&G, anunciou um investimento de US$20 milhões em uma plataforma britânica de negociação de derivativos de criptomoedas, Global Futures and Options (GFO-X). 

Este movimento não apenas sinaliza a confiança institucional em ativos digitais, mas também destaca a crescente aceitação de criptoativos como uma  classe legítima de ativos.

O investimento da M&G ocorreu como parte de uma rodada de financiamento da série B de US$30 milhões para a GFO-X, sendo parte integrante da estratégia Crossover da M&G em nome do impressionante Prudential With-Profits Fund, que gerencia £129 bilhões (cerca de $217.3 bilhões).

Esse comprometimento financeiro reflete a disposição de gestores de fundos de pensão em explorar oportunidades no mercado de criptoativos, uma decisão que pode influenciar o cenário global de investimentos.

A GFO-X, por sua vez, estabeleceu uma parceria estratégica com a LCH, uma empresa de controle majoritário do London Stock Exchange Group, para o lançamento do serviço LCH DigitalAssetClear, proporcionando liquidação para contratos de futuros e opções do índice Bitcoin negociados na GFO-X.

Esse movimento da M&G e a parceria entre a GFO-X e a LCH podem indicar uma mudança de paradigma na confiança institucional em infraestruturas relacionadas a criptoativos.

 O colapso da FTX no ano anterior trouxe desafios significativos, forçando gestores de ativos tradicionais, como o Ontario Teachers’ Pension Plan, Tiger Global Management e Temasek Holdings de Cingapura, a registrar perdas substanciais, chegando a zerar seus investimentos.

Esse episódio, no entanto, não impediu a M&G Investments de apostar no potencial a longo prazo das criptomoedas e derivativos associados.

Na medida em que os fundos de pensão ao redor do mundo começam a explorar o terreno desconhecido dos criptoativos, é importante destacar a confiabilidade nesse ecossistema em evolução. 

A segurança e a estabilidade desses ativos digitais são fatores essenciais para ganhar a confiança institucional e, por extensão, permitir uma participação mais ampla e significativa de grandes investidores, como fundos de pensão, no mercado de criptoativos.

O mercado brasileiro, embora ainda esteja nos estágios iniciais desse movimento, não ficará imune a essas tendências globais. Uma vez que fundos de pensão ao redor do mundo intensifiquem suas incursões no universo dos criptoativos, será uma questão de tempo até que instituições brasileiras sigam o exemplo. 

À medida que o cenário global de investimentos continua a evoluir, a confiança institucional passa a desempenhar um papel crucial na determinação do sucesso e da aceitação generalizada da integração de criptoativos a portfólios diversificados de investimento.

Essa mudança de paradigma pode moldar potencialmente o futuro dos investimentos, não apenas para fundos de pensão, mas para o mercado financeiro como um todo.

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