Tecnologia, mente e longevidade cognitiva: um chamado estratégico para repensar o presente e preservar o futuro

Por: Carlos Pires

11 de junho, 2025

Vivemos tempos em que a tecnologia, ao mesmo tempo em que nos conecta e simplifica tarefas, atua como uma força modeladora, silenciosa, mas profundamente eficaz, das nossas estruturas cognitivas e emocionais.

Se para adultos isso já exige ajustes conscientes, imagine para cérebros ainda em desenvolvimento. Mas o que poucos percebem é que esse impacto não se restringe às crianças e adolescentes. Ele reverbera ao longo de todo o ciclo de vida, comprometendo o que podemos chamar de longevidade cognitiva funcional, um conceito tão relevante à lógica da previdência quanto o próprio planejamento financeiro.

No campo da neurociência comportamental, dois mecanismos de liberação de dopamina são fundamentais para compreender o fenômeno: a dopamina fásica, ligada à gratificação imediata (curtidas, notificações, vídeos curtos), e a dopamina tônica, que sustenta o foco, o planejamento e a resiliência frente a tarefas complexas. Ambos, se mal gerenciados, desconfiguram mecanismos naturais de consolidação da autonomia e autodeterminação para objetivos relevantes inseridos em projetos pessoais e profissionais.

A exposição crônica à hiperestimulação digital inibe a dopamina tônica e hipertrofia a fásica, criando um padrão cerebral viciado em estímulos rápidos, fugazmente recompensadores, mas neurologicamente empobrecedores. Colocar em cheque essa hiperestimulação desregrada, não se trata de tecnofobia e sim de tecnoconsciência. Estudos recentes do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo  e da Universidade Federal de Minas Gerais demonstram que a hiperconectividade está associada a quadros de ansiedade, depressão, TDAH funcional e declínio de desempenho executivo, habilidade extremamente importante para analise de possibilidades, planejamento e tomada de decisão.

Isso afeta não só o presente de estudantes e profissionais, mas também mina a capacidade de sustentação cognitiva futura, algo que uma previdência complementar comprometida com o bem-estar integral não pode negligenciar. É nesse ponto que a proposta da Boomerang Neuroeducação, por meio do Programa Córtex, encontra total sinergia com o ecossistema da Previland: enquanto a previdência busca proteger o futuro financeiro do indivíduo, a neuroeducação atua na preservação ativa das funções mentais, promovendo autonomia, autocontrole e desempenho sustentável preventivo visando longevidade cognitiva. A Neuroeducação, como campo inovador da Neurociência da Aprendizagem, se ancora em evidências científicas robustas e técnicas de aprendizagem cognitivamente eficientes, como prática de recuperação, espaçamento, intercalamento e treino metacognitivo.

Dentro de um ecossistema previdenciário, isso se traduz em um valor adicional: formar indivíduos, crianças, jovens, adultos, capazes de aprender continuamente, adaptar-se às mudanças e manter suas funções cognitivas operantes por mais tempo. Não se trata apenas de aprender matemática ou português; trata-se de aprender a aprender, de treinar o cérebro para resistir à sedução da recompensa imediata e reconquistar o gosto pela disciplina, pelo tempo investido e pelo propósito duradouro.

O desafio contemporâneo é cultural, educacional e neurológico. A tecnologia pode ser aliada, desde que usada com intencionalidade. Para isso, programas como o Boomerang Geração Alfa, que mira no treinamento de habilidades neurofisiológicas garantidoras da condição de aprendizagem, estão transformando a forma como estudantes e suas famílias do Brasil e do mundo, lidam com o estudo, a atenção e o pensamento estratégico.

Na era da economia do conhecimento e da longevidade ativa, é urgente que plataformas como a Previland integrem em seu ecossistema iniciativas de educação cognitiva estratégica, que preparem mentes para resistirem ao colapso silencioso do pensamento fragmentado e da dependência digital.

Neuroeducação e previdência complementar caminham, sim, na mesma direção: ambas existem para garantir que o futuro seja mais do que uma promessa, seja um projeto sólido, consciente e sustentável, mental e cognitivamente.

Isso é Neuroeducação e Previdência com propósito: desenvolver integralmente o indivíduo do presente com a inteligência de quem cuida do futuro.

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Sobre o autor

Carlos Pires é Neuroeducador e Filósofo, especialista em Neuroeducação, Neuropsicologia, Neuropsicopedagogia e Filosofia. Atua como consultor e no desenvolvimento de habilidades neurofisiológicas da aprendizagem e na estruturação de empreendimentos educacionais lucrativos com foco em estratégias de desenvolvimento cognitivo e modelos de negócios.

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