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Atuários em planos CD’s, pode?

A importância dos atuários vai muito além dos cálculos – eles ajudam a equilibrar riscos e garantir aposentadorias mais seguras. Saiba como a atuação conjunta com investimentos pode impactar seu futuro!

Por: Sara Marques

7 de fevereiro, 2025

Business people meeting to discuss the situation on the market.

O Atuário adora uma estatística, e comigo não é diferente. Eu adoraria uma estatística de quantas pessoas conhecem algum atuário, melhor ainda seria se tivesse uma estatística comprovando o percentual de pessoas que sabem o que o atuário faz. Pois é, muitos nem conhecem os atuários, e o que essas figurinhas fazem por aí é ainda mais complicado de se explicar. 

Mas se você entrar no mercado segurador ou analisar riscos, provavelmente vai trombar algum atuário muito rápido. Nesses meios, eles são valiosos e raros.

Mas a verdade é que mesmo em setores que os atuários são conhecidos, às vezes esquecemos o potencial desses profissionais. Na previdência privada, por exemplo, os atuários são extremamente importantes para estimar o valor presente das obrigações de um plano de Benefício Definido, afinal, este será pago vitaliciamente ao participante ou seu beneficiário e a expectativa de vida é um fator relevante estimado pelo atuário. Mas quando se trata de planos de Contribuição Definida, muitas vezes não se leva em consideração a estimativa de vida do participante, já que neste caso não existe risco de déficit a ser reconhecido, mas isso não quer dizer que não há risco de déficit para o Participante, e essa diferença é importante. 

Num plano de Benefício Definido, se falta dinheiro na reserva do participante para arcar com sua aposentadoria até sua morte, e de seus beneficiários, o plano reconhecerá um Déficit e, se necessário, fará seu equacionamento de forma que o montante reservado seja o suficiente para cobrir as necessidades do participante. Já no plano de Contribuição Definida os participantes dependem de sua reserva e seus rendimentos, apenas, e caso sua reserva não o assista pela aposentadoria, este terá que procurar outras soluções. 

Sim, é verdade que o plano de Contribuição Definida tem ganhado mais espaço no mercado, afinal, como já dizemos, este tende a ter menor risco para a Patrocinadora. Mas não quer dizer que um plano que tenha zero risco para a Patrocinadora deverá deixar a bucha com o participante. Uma forma de aliar o modelo de Contribuição Definida com o modelo de aposentadoria vitalícia (Benefício Definido) é utilizar as estimativas dos atuários em Simuladores de Benefícios, junto com estimativas de mercado. 

Muito temos falado sobre a importância da parceria da área atuarial com a área de Investimentos, e aqui temos mais um bom exemplo. Assim como entendimento sobre oscilações do mercado financeiro, limites de risco e segmentos de investimentos, os participantes das Fundações devem entender também sobre longevidade. Se nada adianta um simulador com completo no que tange mercado financeiro e estimativas de retorno, se o participante não tiver sensibilidade sobre o tempo de sua aposentadoria. 

Se num plano de Benefício Definido as duas áreas precisam entender como as decisões de um lado influenciam o desempenho do outro. O participante que toma a decisão de como receberá sua aposentadoria deve conseguir entender o impacto das hipóteses financeiras e atuariais em sua aposentadoria, e revê-las constantemente. Assim como o mercado financeiro muda constantemente, os riscos de sobrevivência são diferentes para cada idade e devem ser revistos de tempos em tempos, tanto que a PREVIC obriga as Entidades a fazerem testes de aderência de hipótese em seus planos. 

O importante para um plano de benefícios não é buscar o maior retorno possível para a carteira. Mas sim buscar a melhor relação risco e retorno, minimizando os riscos de solvência e liquidez e definindo uma carteira ótima para cada ano e esse risco deve ser minimizado tanto para os Participantes quanto para a Patrocinadora, por isso, estimar risco de sobrevivência e colocar seu participante a par deste risco é tão importante. 

Apesar de não haver um manual de como devem ser constituídos e disponibilizados os Simuladores de Benefícios, acreditamos que estes riscos devem ser avaliados e esclarecidas em projeções de aposentadoria, dando mais ferramentas para a tomada de decisão do participante, e que este possa rever o percentual ou valor de recebimento, casando suas expectativas de gastos com o retorno e longevidade esperados. Junto com Educação Financeira, oferece também Educação Atuarial ao ser Participante.

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